
O 50° Festival de Inverno de Campina Grande que acontece de 14 a 24 de agosto de 2025, começou nesta quinta-feira, no Teatro Municipal, com a participação do projeto “Tamanquinhos das Artes”. O projeto social é promovido pelo Solidarium – Instituto de Arte, Cultura e Cidadania – responsável pela organização do evento e promove atividades culturais e educacionais com crianças da cidade. Na abertura do evento, elas participam com apresentações de teatro, dança e música, além de mostrarem seus trabalhos artísticos na Exposição “Pedagogia da Aprendizagem”.

O projeto Tamanquinhos das Artes foi criado em 2016, após algumas experiências de levar parte da programação do Festival de Inverno para a Feira Central de Campina Grande. Lá, a organização do evento percebeu que havia uma problemática em relação às crianças, que parte dessas delas viviam/vivem em situação de vulnerabilidade social e trabalho infantil. Então o Solidarium junto ao Ministério Público do Trabalho resolveram criar o projeto.
Myrna Agra Maracajá, professora, psicanalista e filha da idealizadora do projeto, Eneida Agra Maracajá, comentou que a arte e a educação são fundamentais, e que o Tamanquinhos das Artes tem um impacto direto na vida das crianças. De acordo com Myrna, que também dá aulas de balé no projeto, as crianças participam de atividades e oficinas de artes até os 14 anos, depois algumas delas dão continuidade ao estudo artístico e chegam a participar de orquestras ou até mesmo ganham bolsa de estudos em escolas na cidade.

“A motivação para esse projeto, parte do próprio olhar do Festival de Inverno para o social, que já teve trabalhos em favelas e presídios e, está sempre na defesa da ideia que só a arte e a educação podem promover equidade social”, declarou ao complementar o aspecto de socialização do projeto ao afirmar que ações como essa são de grande importância para que crianças não enveredem na vida do crime.
O artista plástico e sociólogo, Josafá de Óros, é um dos educadores do projeto Tamanquinhos das Artes. Ele ensina pintura, escultura, gravura e desenho e ao falar de sua participação, disse que educar crianças em situação de vulnerabilidade social, econômica e cultural é um desafio, mas que a equipe é bem preparada. “A gente sempre tenta não apenas repassar as técnicas ou conhecimentos específicos na área de artes plásticas, também focam o trabalho na perspectiva de construir ou ajuda-los a se formarem como cidadãos, que reconhecem seus deveres, seus direitos e valores morais”, pontuou Josafá.

Elton John, violinista e professor de violino do Tamanquinhos das Artes, disse que o processo de aprendizagem é trabalhoso e precisa de muita dedicação, mas se torna gratificante quando os alunos beneficiados estão se apresentando em festivais e que eles ficam muito felizes. Ele ainda pontuou que a participação do projeto no Festival de Inverno valoriza e dá maior visibilidade às ações e atividades artístico-culturais, por se tratar de um festival de referência e reconhecido nacionalmente.

Iniciativas iguais a do projeto promovido pelo Instituto Solidarium e que tem no FICG, a grande vitrine para apresentação dos resultados obtidos, evidenciam o potencial da arte-educação para o desenvolvimento pessoal de cada cidadão e para a transformação social. Conforme asseguram os agentes envolvidos neste tipo de ação social educativa, o processo de mudança na vida dos educandos se dá através do caráter pedagógico explorado por meio de linguagens e manifestações artístico-culturais que, para além de uma forma de ensino-aprendizagem dinâmica e eficaz, fomentam o pensamento crítico, a criatividade, os valores éticos e morais, e ajudam na relação do indivíduo, especialmente crianças e adolescentes, com questões sociais, culturais e emocionais.
Repórter Educom
Texto: Arllanny Pereira
Repórter Fotográfico: Júlia Cardoso
Edição de Texto: Rosildo Brito; Hermano Junior
Foto de capa: Rondinelle de Paula